30 de abril de 2012

Cresce Intercâmbio para Crianças e Adolescentes

Estudantes entre sete e 17 anos buscam experiências no exterior.


A procura por cursos de férias e pelo chamado High School (Ensino Médio) no exterior tem crescido com força entre crianças e adolescentes brasileiros. Entre os facilitadores que permitem que os estudantes vivenciem um período de intercâmbio cultural em outro país está o aquecimento da economia interna e o entendimento dos pais de que, quanto mais cedo os jovens entrem em contato com outras culturas, mais rápido eles amadurecem e adquirem experiência determinante para se posicionar frente às diversas situações da vida e garantir um bom futuro profissional.
Dados da empresa CI Intercâmbios de Porto Alegre revelam que o crescimento da demanda por produtos como High School e intercâmbio teen chegou a 300% no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período de 2011. A gerente Ana Flora Bestetti calcula que a empresa embarca uma média de 1,5 mil a 2 mil jovens por ano, principalmente nos meses de janeiro e julho. “A procura por intercâmbio entre crianças e adolescentes aumentou muito nos últimos cinco anos. Este tipo de viagem vem se popularizando a cada dia.”
Outra empresa que tem lucrado com a demanda de estudantes interessados em gozar as férias escolares enquanto aprendem um idioma é a World Study. De acordo com a diretora Carla Mussoi, o crescimento do programa de férias e do High School no ano passado foi de 50% em relação a 2010. “Em 2011, um grande volume de pacotes foi vendido para estudantes com idades entre 11 e 17 anos. Temos percebido que, cada vez mais, os pais querem possibilitar para os filhos a complementação curricular de idiomas e também o despertar de uma maturidade no envolvimento escolar”, avalia a diretora da empresa, opinando que considera esta uma boa forma de preparar os jovens para a carreira profissional.
Mesmo com posicionamentos de mercado diferentes – a Word Study é uma escola de idiomas e a CI Intercâmbios é voltada à promoção de intercâmbio e turismo jovem – as duas empresas ofertam produtos semelhantes para o público de sete a 17 anos, promovendo viagens que mesclam atividades e passeios relativos às férias de janeiro ou julho, mas que incluem também um curso de idiomas ou a possibilidade de cursar um ou dois semestres do Ensino Médio em uma escola do exterior.
Em ambas, há opções de escolha de diversos destinos e programação para todos os gostos. Em geral, os programas incluem aulas no turno da manhã e atividades extracurriculares e passeios turísticos à tarde, sempre possibilitando que o intercambista esteja constantemente em contato com o idioma local, e contando com a supervisão de profissionais especializados nas atividades escolares e passeios. Estas práticas também se repetem em outras agências de intercâmbio com foco em crianças e adolescentes. 
No caso dos programas de férias ofertados no mercado de intercâmbio para jovens não é necessário ter alto nível de entendimento da língua local. “O estudante faz um teste de nivelamento e é acomodado em uma turma compatível”, explica a gerente da CI Porto Alegre. Já aquele que escolhe cursar um ou dois semestres do ensino médio fora do País precisa ter maior domínio do idioma atrelado ao destino eleito, uma vez que o período de estudos fora contará como tempo letivo quando o mesmo retornar ao Brasil. A diretora da World Study destaca que os jovens podem escolher estudar em um colégio público ou particular, mas reforça que as hospedagens geralmente ocorrem em casas de famílias - selecionadas com critérios que incluem averiguações de antecedentes criminais.
Ana Flora informa que, para as crianças e adolescentes saírem do País, o único requisito legal é a permissão do Juizado de Menores, a partir de uma autorização do pai e da mãe reconhecida em cartório, além, é claro, do passaporte válido e de visto. 




Pais garantem que jovens ganham com vivência fora do Brasil
Incentivada desde pequena a realizar um intercâmbio cultural fora do País, a estudante Marina Lui Rockett decidiu concretizar este projeto em janeiro do ano passado, aos 14 anos, quando viajou de férias para a Europa em companhia de uma colega da mesma idade. A mãe de Marina, Mara Lui, conta que a escolha da temporada de um mês em uma cidadezinha do interior da Inglaterra, morando em casa de família e estudando inglês, estava atrelada à vontade da menina de investir futuramente no curso de High School.
Um ano antes, o estudante João Lorenzo de Medeiros Pereira, na época também com 14 anos de idade, optou direto pelo High School e foi viver por seis meses no interior do Canadá, a 70 km de Toronto. Lá ele estudou com estrangeiros e conviveu com uma família estranha – mas não demorou para se adaptar. “Ele voltou muito mais maduro”, garante a mãe de João, Maria Salete Camargo de Medeiros. Ela admite que no início ficou apreensiva em deixá-lo viajar sozinho, mas a escolha por uma boa operadora de intercâmbio, com referências, e excelente organização, e o contato com o filho via Skype permitiram que, aos poucos, ela fosse se tranquilizando. “Ter contratado o serviço de profissionais competentes e qualificados fez toda a diferença. E o resultado foi ótimo: ele aprendeu a se virar sozinho, e melhorou muito o idioma.”
A satisfação gerada nos pais de crianças e adolescentes que, como Marina e João, viajam sozinhos para o exterior vai ao encontro da opinião do turismólogo Maximilianus Pinent, que avalia que o intercâmbio infanto-juvenil é um dos segmentos mais agregadores em relação ao turismo, não só pelo valor cultural, mas pela troca de informações que possibilita. “Os jovens que cursam parte do Ensino Médio no exterior voltam com grande nível de aprendizado”, opina.
Pinent, que é técnico da Secretaria Estadual de Turismo, avalia que os brasileiros de classes antes menos abastadas, como as categorias C e D, também estão tendo mais condições de consumir produtos turísticos, incluindo os pacotes de intercâmbio para o exterior que agregam o conhecimento de outro idioma e de outras culturas. “O País está se desenvolvendo economicamente, mas também socialmente. Paralelo a isso, colhe-se o resultado de um trabalho de muitos anos, realizado pelas operadoras e agências de turismo, no sentido de fomentar o intercâmbio”, comenta. O turismólogo ressalta que, mesmo de forma incipiente, também os estrangeiros estão olhando para o Brasil com o interesse de absorver a cultura local. “Hoje em dia, o voo direto de Lisboa (pela TAP) tem influenciado no receptivo de alguns estudantes portugueses na Capital”, destaca.




Feira de Intercâmbio reunirá escolas estrangeiras para troca de experiências no Hotel Sheraton
No dia 8 de maio, o Salão Mercosul do Hotel Sheraton receberá a I Feira de Intercâmbio 7-17 anos, que ocorrerá das 14h às 20h. Promovido pela CI Porto Alegre, o encontro será aberto ao público e reunirá 26 escolas dos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Escócia e Irlanda para que representantes dessas instituições de ensino divulguem aos pais informações sobre as oportunidades de estudo para jovens no exterior. 
Conforme a gerente da CI, Ana Flora Bestetti, a Feira será focada em crianças e adolescentes interessados em programas de intercâmbio Teen, High School, Cursos de Idiomas e viagens turísticas. Os valores dos pacotes variam de acordo com o destino e a variação da moeda, podendo custar a partir de US$ 7 mil (EUA) até US$ 15 mil (Canadá e Austrália) no caso de a escolha ser o High School. Estes custos cobrem hospedagem, alimentação, material escolar, passeios e escola. O valor da passagem deverá ser pago à parte.


Fonte: http://www.portaleducacao.com.br/idiomas/noticias/51892/cresce-intercambio-para-criancas-e-adolescentes

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