Vinculada às propostas de educação de Paulo Freire. Esta tendência
progressista de educação foi construída a partir dos trabalhos com
educação popular, na maioria das vezes não amarrada ao ensino escolar.
Contudo, muitas das propostas sugeridas por esta tendência tornaram-se
referências para o processo de reflexão e crítica das práticas
pedagógicas desenvolvidas pela educação formal. Por sua vez, é
fundamental explicitar que a pedagogia libertadora entende que a
educação tem um papel primordial de transformação da sociedade,
iniciando já nas relações sociais estabelecidas em seu campo.
A relação professor-aluno é ressignificada, ou seja, "quando se
fala na educação em geral, diz-se que ela é uma atividade pela qual,
professores e alunos, mediatizados pela realidade que apreendem e da
qual extraem o conteúdo de aprendizagem, atingem um nível de consciência
dessa mesma realidade, a fim de nela atuarem, num sentido de
transformação social”. (LIBÂNEO, 1994, p. 64).
O método de Paulo Freire, referência da Pedagogia Libertadora,
tem por princípio a certeza de que a educação é um ato político, de
construção do conhecimento e de criação de outra sociedade - mais ética,
mais justa, mais humana, mais solidária. A educação deve ser uma busca
permanente em favor das classes oprimidas, luta pela liberdade e
igualdade.
Para isso, é fundamental entender que o aluno - cidadão - é o agente
principal do processo pedagógico, sem com isto desconsiderar o educador,
que também deve aprender a ser sempre aluno, pois ambos ensinam e
aprendem nos espaços de construção do conhecimento. O diálogo entre os
diversos agentes envolvidos nas ações educativas, assim como o processo
de construção dos temas geradores, para permanente identificação dos
problemas sociais e busca de sua superação é a essência do método
freireano.
Paulo Freire, reconhecido como pai da pedagogia
crítica, compreende que a ação educativa tem que estar garantindo as
mudanças da sociedade e, para tal, torna-se fundamental uma incorporação
da perspectiva dialética na educação.
Para Freire, segundo Shmied- Kowarzik (1983) existe: “Uma
relação originária entre dialética e diálogo e define a educação como a
experiência basicamente dialética da libertação humana do homem, que
pode ser realizada apenas em comum, no diálogo crítico entre educador e
educando, e entende que a dialética exige não somente do educador uma
ação criadora própria, mas, simultaneamente, na inclusão prática da
atividade educativa na experiência continuada do trabalho educacional
com os educandos”. (SHMIED-KOWARZIK, 1983, p. 69-70)
Paulo Freire é sem dúvida alguma: “Um educador humanista e
militante. Em concepção de educação parte-se sempre de um contexto
concreto para responder a esse contexto. Em Educação como prática da
liberdade, esse contexto é o processo de desenvolvimento econômico e o
movimento de superação da cultura colonial nas 'sociedades em trânsito'.
O autor procura mostrar, nessas sociedades, qual é o papel da educação,
do ponto de vista do oprimido, na construção de uma sociedade
democrática ou 'sociedade aberta'. Para ele, essa sociedade não pode ser
construída pelas elites porque elas são incapazes de oferecer as bases
de uma política de reformas. Essa nova sociedade somente poderá
constituir-se como resultado da luta das massas populares, as únicas
capazes de operar tal mudança”. (GADOTTI, 1996, p. 83-84).
Fonte: http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/32708/pedagogia-libertadora?utm_source=ALLINMAIL&utm_medium=email&utm_content=47954865&utm_campaign=Top%2010%20-%20063%20-%20Educacao%20e%20Pedagogia&utm_term=__gci5.sbv.nm.lv9.gahl.h.qp.rmch5mcl.j.w.zsx.w.zyl.wb
Nenhum comentário:
Postar um comentário