3 de abril de 2013

As Ilustrações na Literatura Infantil

A utilização de ilustrações remete a uma caracterização da Literatura Infantil, na qual deve existir um diálogo entre a imagem – a ilustração – e o texto (PALO; OLIVEIRA, 1986, p. 15). Talvez se possa dizer que a mesma abertura que o poeta dá às palavras, inventando-lhes sentidos novos, é estendida ao leitor a partir das figuras, que prolongam o poder sugestivo das palavras de forma dialógica. 
As ilustrações utilizadas devem envolver projeto artístico, gráfico, plástico e, também, literário. As imagens, sejam as das ilustrações, sejam aquelas provenientes das próprias palavras, remetem ao imaginário, trabalham como informação juntamente com o texto escrito. Texto e ilustrações dialogam e compõem um universo único: “Seres de papel que habitam o imaginário do livro e se transformam em lances vivos para outras formas de pensamento no instante mágico da leitura” (PALO; OLIVEIRA, 1986, p. 18). 
A invenção advinda da palavra estende-se nas e pelas ilustrações utilizadas, de forma que o poder sugestivo prolonga-se por meio das cores e formas que dão vida às figuras. Assim como as letras e as palavras vão dando os contornos de um universo inventado a partir do texto literário, criado e consolidado pelas palavras, as imagens utilizam-se da fantasia e da invenção, típicas da infância. 
A representação visual do texto é importante para a criança, talvez até mesmo pelo costume de ler livros ilustrados. Os livros sem imagens parecem pesados, difíceis de serem digeridos para elas. É uma analogia também à oposição existente no Ocidente entre a infância e a fase adulta: a infância é a época especial da vida, onde deve imperar a fantasia, a brincadeira, então tudo é colorido e vivo; já do adulto o mundo capitalista espera responsabilidade, disciplina, organização, tudo isso diluído num mundo cinza, que não desvie muito a atenção dos objetivos impostos, e que não abra espaço para muita criatividade, já que a maioria das pessoas tem que seguir um modelo de bem falar e bem agir preestabelecido pela sociedade. 
As figuras vêm presentear os objetos e seres pertencentes à realidade. As formas possíveis, imagináveis, independente da razão ou das convenções sociais. Como imaginar, por exemplo, o chapeleiro louco da história da “Alice no país das maravilhas” Ou mesmo como pensar uma forma de carregar água na peneira, como o menino do poema de Manoel de Barros? 
São situações que requerem muito mais de invenção que de convenção. Esses seres e coisas feitos de papel e tinta tomam forma diante de nossos olhos, sem uma função educativa ou moralizante imediata. É a expressão imaginativa da mente, do sonho, dos seres que habitam esse mundo de papel e tinta, e que não querem outra coisa senão apontar para si mesmos, expressar a si mesmos.

Fonte: 
http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/28332/as-ilustracoes-na-literatura-infantil?utm_source=ALLINMAIL&utm_medium=email&utm_content=46217793&utm_campaign=top10%20-%20pedagogia%20-%20061&utm_term=__gci5.sbv.nm.lv9.gahl.h.qp.rmch5mcl.j.w.zsx.w.zyl.wb

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